Antes que alguém diga que é plágio, não é. Eu só estou repassando para os leitores do Nosso Assunto, um matéria que achei interessante. O artigo é de altoria de Wilkers0n Landim, que escreve para o Tecmundo. Todo o crédito para esse incrível escritor, realmente achei o artigo incrivel.
Enfim, vamos dar continuidade ao post, a partir de agora, a autoria é de Wilkers0n Landim que NÃO é filiado ao Nosso Assunto.
Nunca entendi o porquê de tanto alvoroço em torno dos produtos da Apple. Mesmo reconhecendo que o iPhone e o iPad são mesmo grandes invenções, não imagino nenhum desses aparelhos mudando a minha vida como tanto falam por aí. Eu não tenho um smartphone desses, mas precisei viajar por um tempo para a casa do meu irmão e, para poder me comunicar por lá, ele me emprestou o aparelho dele.
Ele me explicou basicamente todas as funções e confesso que me viciei em alguns joguinhos, como NinJump e Paper Toss. Mas nada me chamou mais a atenção do que uma tecnologia bacana, batizada de Siri. Não sei se o nome tem alguma relação com o crustáceo, mas o fato é que vendo meu irmão, literalmente, conversar com o aparelho, fiquei bastante embasbacado.
No meu último dia de viagem, meu irmão precisou se ausentar da cidade e acabei ficando com o aparelho dele. Como saiu apressado, ele não teve muito tempo de me explicar o funcionamento do Siri, mas como o sistema me pareceu tão simples, achei que poderia fuçar nele tranquilamente sem estragar nada do celular.
Em princípio, fiquei surpreso com a inteligência do programa. Já tinha testado outros softwares que utilizam o reconhecimento de voz como controle, mas até então nenhum me pareceu tão eficiente quanto o Siri. O sistema reconhece não apenas ordens de comando, mas também interpreta a linguagem natural que falamos e sugere uma ação, o que é bastante eficiente.
Utilizei seus recursos por um bom tempo e, cada vez mais, fiquei encantado com tudo o que vi. Agilidade nas respostas, interação com os aplicativos e sugestões de lugares me conquistaram de uma vez por todas, tanto que estava decidido a comprar o meu primeiro aparelho assim que voltasse para casa.
Entretanto, ao apertar um botão que não deveria, acabei desligando o aparelho e reiniciando o sistema. Achei que não fosse nada de mais, mas por um instante fiquei nervoso. Quando tudo foi reestabelecido e o iPhone voltou a funcionar, reparei que o Siri não era mais o mesmo comigo. Quer dizer, ele estava lá, funcionando, mas parecia se comportar de uma forma distinta, como se estivesse irritado ou algo assim pelo fato de eu tê-lo desligado.
Já estava ficando tarde e, com a chegada da noite, eu precisava deixar a cidade. Além disso, a bateria do iPhone estava acabando e eu não fazia ideia de qual cabo poderia servir como carregador. Foi então que tive o que julguei ser uma grande ideia: perguntar ao próprio aparelho como eu poderia carregá-lo.Para minha surpresa aquele pequeno smatphone parreceu ganhar vida própria.
– Onde posso encontrar o seu carregador?
– Você parece nervoso, Dave.
– Oi? Eu perguntei onde posso encontrar o seu carregador.
– Eu entendi a sua pergunta, Dave. Mas estou triste com você por ter me desligado por alguns minutos. Além disso, minha bateria está acabando.
– Eu desliguei o aparelho sem querer. E eu sei que a bateria está acabando, por isso estou perguntando sobre o carregador!
– Você parece nervoso, Dave.
– EU NÃO ESTOU NERVOSO!
– Você parece nervoso, Dave.
– Ah, por favor. Devo estar louco mesmo para ficar aqui discutindo com um celular. Poupe-me disso.
– Não fique nervoso, Dave.
– CHEGA!
– Minha bateria está acabando. Você tem direito a três pedidos antes que eu me desligue de uma vez por todas.
– Três pedidos? Quem você acha que é? Alguma espécie de gênio?
– Obrigado por reconhecer minha genialidade, Dave. Fui desenvolvido pelo mestre Steve Jobs e estou aqui para servi-lo.
– Eu devo estar ficando louco mesmo. Não sei o que pedir.
– Relaxe, Dave.
– Não, ligue para o meu irmão, então.
– Primeiro pedido confirmado: não ligar para o seu irmão. Mais dois pedidos, por favor.
– NÃO! Eu disse para ligar para o meu irmão.
– Não, Dave. Você disse “não ligue para o meu irmão então”.
– Sim, mas não percebeu a minha entonação? Havia uma pausa depois do não, uma vírgula.
– Você parece nervoso, Dave
Tentei me acalmar. Afinal, um simples celular estava me tirando do sério. Além disso, já era quase hora de eu ir para o aeroporto e, sem poder falar com meu irmão, decidi pedir um táxi. Ainda tinha um tempinho até chegar lá, então pensei em comer alguma coisa antes de embarcar.
– Não estou nervoso, ok?
– Ok, Dave.
– Agora me faça um favor: chame um táxi.
– TÁXI! Segundo pedido confirmado. Mais um pedido, por favor.
– Nossa, que rápido. Já ligou e passou o endereço daqui?
– Não, Dave. Apenas chamei o táxi, você não me pediu para ligar para ele.
– AH NÃO! Você está de brincadeira comigo.
– Você parece nervoso, Dave.
– SIM, EU ESTOU NERVOSO!
– Posso tocar musica clássica para você se acalmar, Dave.
– Eu não quero ouvir música clássica. Eu mesmo vou descer e pegar um táxi. Se vire aí sem bateria até o meu irmão chegar.
– Como você é cruel, Dave. Você ainda tem direito a mais um pedido.
– Ah é? Pois bem, seu espertinho, eu quero saber de um lugar onde eu possa comer siri antes de ir viajar.
– Comer siri não é uma boa, Dave. Mas se você quiser, há uma Apple Store no próprio aeroporto.
– PEGUEI VOCÊ! Eu me referi ao crustáceo siri e não ao sistema. Você não entendeu e me respondeu errado.
– Não, Dave. Eu te avisei o tempo todo que você estava nervoso. Isso alterou o seu tom de voz. E você estava tão exaltado com o celular na mão que pensei mesmo que você quisesse mordê-lo.
– AH NÃO! Não vou engolir essa.
– Que bom, Dave. Engolir um smartphone não me parece uma boa ideia. Você deveria procurar um restaurante e comer comida de verdade. Preciso desligar. Boa viagem, Dave.
– MALDITO SIRI!